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Queda das Ações do Banco do Brasil: O Que Está Por Trás e o Que Esperar?

Queda das Ações do Banco do Brasil: O Que Está Por Trás e o Que Esperar?

Nos últimos meses, o Banco do Brasil (BBAS3) enfrentou uma forte queda em suas ações, gerando preocupação entre investidores e analistas. A desvalorização de cerca de 25% entre maio e julho de 2025 levanta questões importantes: o que causou essa queda? Há motivos para alarde? E o que esperar da empresa daqui para frente?

Neste artigo, vamos explorar os principais fatores por trás da queda, analisar opiniões de especialistas do mercado e discutir as projeções futuras para o banco e suas ações.

Por que as ações do Banco do Brasil caíram?

A forte queda das ações do Banco do Brasil foi motivada por uma combinação de fatores econômicos e regulatórios:

1. Lucro abaixo do esperado no 1º trimestre de 2025

O banco registrou um lucro ajustado de aproximadamente R$ 7,3 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de cerca de 20% em relação ao mesmo período de 2024. O principal motivo foi o aumento das provisões para inadimplência, especialmente no setor do agronegócio.

2. Novo padrão contábil: Resolução CMN nº 4.966

A nova norma exige maior rigor na contabilização de riscos de crédito. Como resultado, o Banco do Brasil teve que provisionar mais recursos para cobrir potenciais calotes, o que impactou diretamente o resultado do trimestre.

3. Revisão do guidance para 2025

O banco suspendeu suas projeções financeiras (guidance) para o ano, alegando a necessidade de reavaliar os impactos da nova regulação e do cenário agrícola. Isso aumentou a incerteza entre investidores, que passaram a questionar a previsibilidade dos lucros futuros.

4. Exposição ao crédito rural

O Banco do Brasil tem uma forte atuação no setor agropecuário — justamente o segmento mais afetado por quebras de safra e inadimplência neste ano. Isso gerou temor de deterioração da qualidade da carteira de crédito.

O que dizem os especialistas?

Gabriel Mollo – Banco Daycoval

“A queda foi exagerada. Vemos o movimento como uma oportunidade de compra, especialmente considerando o valuation atrativo e o potencial de recuperação do agronegócio nos próximos trimestres.”

Bernardo Guttmann & Matheus Guimarães, CFA – XP Investimentos

A XP rebaixou a recomendação das ações de compra para neutra, mas ainda vê valor no papel. O preço-alvo foi revisado para R$32, cerca de 60% acima da cotação atual, apesar da redução das estimativas de lucro em 29% para 2025.

Analistas internacionais – Alpha Spread

Os analistas de fora também projetam recuperação. A média dos preços-alvo está em torno de R$30,25, com estimativas otimistas chegando até R$40,95, o que representaria um upside de mais de 100%.

Projeções para o Banco do Brasil: 2025 e além

Apesar da turbulência, as projeções de médio e longo prazo ainda são otimistas — principalmente por três motivos:

Valuation muito atrativo

As ações BBAS3 estão sendo negociadas com P/L inferior a 5x e dividend yield entre 9% e 12% ao ano, níveis historicamente baixos para o banco.

Plano Safra recorde

O governo anunciou um Plano Safra de R$230 bilhões, o maior da história. Isso pode contribuir para a recuperação do setor agropecuário e reduzir a inadimplência rural já no segundo semestre de 2025.

Expectativas de retomada em 2026

Especialistas avaliam que, apesar da volatilidade atual, a tendência é de estabilização e retomada gradual da lucratividade no próximo ano, com retorno à previsibilidade.

Riscos a considerar

Apesar das oportunidades, alguns riscos permanecem:

  • Inadimplência rural persistente
  • Mudanças climáticas e impacto nas safras
  • Cenário macroeconômico volátil
  • Interferência política no banco estatal

Resumo para investidores

CritérioSituação atual
Cotação atual (julho/25)~R$ 20
Preço-alvo médio dos analistasR$ 28–32
Potencial de valorização+40% a +60%
Dividend yield estimado9% a 12% ao ano
Recomendação geralCompra com cautela (visão de longo prazo)

Conclusão

A queda das ações do Banco do Brasil em 2025 reflete uma combinação de desafios pontuais: inadimplência elevada no agro, mudanças regulatórias e incerteza nos lucros. Porém, muitos analistas veem uma oportunidade clara de compra para investidores que tenham paciência e perfil de longo prazo.

Com valuation barato, dividendos robustos e uma possível recuperação do agronegócio no horizonte, o BBAS3 pode voltar a entregar resultados consistentes — mas exige atenção redobrada aos riscos no curto prazo.

Kennedy Brunno é um entusiasta de investimentos que decidiu transformar sua jornada financeira em conteúdo útil para outras pessoas. Depois de estudar, errar e aprender com o mercado, criou este blog para compartilhar o que funciona na prática. Seu lema é simples: investir bem não é sobre sorte, é sobre conhecimento.

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